O que é o enxerto de gordura ou lipoenxertia ?
por dr. Guilherme Pintarelli
A lipoenxertia é uma técnica que usa a gordura da própria paciente para aumentar o volume de determinadas áreas e, desta forma, melhorar o contorno corporal e facial. Apesar de ser um procedimento bem estabelecido na cirurgia plástica, novas pesquisas têm mostrado que o tecido adiposo é um dos principais “depósitos” de células tronco, possuindo um grande potencial de regeneração de órgãos e tecidos.
Listamos a seguir as perguntas mais frequentes sobre este tema:
Quais as áreas podem ser tratadas ?
Com o passar do tempo a nossa face apresenta uma perda de volume gradual e difusa, gerando alguns sinais de envelhecimento, como ossos proeminentes e traços marcados. Desta forma, o enxerto de gordura pode ser usado com o objetivo de volumizar, estruturar e também suavizar os contornos do rosto. As principais áreas de aplicação são: a região temporal, a região malar (ou maçãs do rosto), os lábios, ao redor dos olhos, no sulco nasolabial e no queixo. No corpo a gordura é usada para o aumento dos glúteos e também das mamas.
Como é feito este procedimento ?
Primeiramente coletamos a gordura das chamadas áreas doadoras (geralmente o abdome, flancos, culotes ou pescoço). Este líquido então passa por um processo de separação dos seus elementos, com o objetivo de manter apenas as células (adipócitos) no frasco. Em seguida a gordura é separada em seringas menores (1 a 3 ml), e está pronta para ser transferida para a região que desejamos tratar. Depois da aplicação as células precisam integrar-se no seu novo ambiente, as que não conseguem são eliminadas naturalmente pelo organismo. Por isso falamos que existe uma taxa de absorção, que pode variar de acordo com a técnica e com o local tratado.
Qual o tipo de anestesia indicada ?
Nos casos onde apenas um pequeno volume de gordura é necessário o tratamento pode ser feito em consultório e com anestesia local. Quando precisamos de enxertos maiores o procedimento é realizado no centro cirúrgico e sob anestesia geral ou sedação.
Como é a recuperação ?
Por ser uma técnica que envolve cortes pequenos (apenas para a entrada da cânula) e manipulação limitada do subcutâneo, a recuperação costuma ser bem tolerada nos casos de pequenas e médias enxertias. No pós-operatório imediato são comuns equimoses (manchas roxas) e dor leve na área doadora. Na região que foi tratada é mais frequente o edema (inchaço) e algumas equimoses também, que costumam regredir dentro de duas semanas. Nos casos onde precisamos captar volumes maiores a recuperação é semelhante à da lipoaspiração.
Quanto tempo dura o resultado ?
Depois que o inchaço é absorvido conseguimos saber qual o volume de células de gordura conseguiu fixar-se na região. Com as novas técnicas e instrumentos temos observado um alta taxa de integração do enxerto. Este resultado pode então ser considerado permanente ou de longa duração.
Dr. Guilherme Pintarelli
Cirurgião Plástico – Membro da SBCP
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